terça-feira, 3 de maio de 2011

Devaneio

Raios de Sol iluminam o dia acinzentado
Que envolve a cidade com os seus braços
Quentes e tímidos,
Enquanto as nuvens desaparecem
Com a luz do teu olhar,
E a cidade esconde por todas partes o teu nome,
Um jogo, um tormento sem fim que não desaparece
Nunca. A manifestação de ti no ar primaveril
Das flores, das árvores, do ar.
A tua presença no trem que passa agora diante de mim,
Deixando a frescura clara da tua música ficar,
E o encarnado dos teus lábios marcados na minha pele,
Fazendo de mim uma pauta incompleta,
Uma Traviata de autor anónimo,
O mar sem o sussurro das ondas…
Quém és tu Ó graça maldita
Que atormentas os meus sonhos?
O crepúsculo chega e a tua luz esmorece,
“Até ao próximo devaneio”, sussurro,
E a tua chama envolve o meu corpo,
Que entretanto desaparece.