domingo, 24 de abril de 2011

Viagem

Lanço-me numa viagem rumo ao desconhecido,
E tomo o leme cinzento de uma nuvem sem direcção,
Que navio é este? Porquê eu o capitão da embarcação?
Comandante impreciso de mãos trémulas mas aventureiras,
Que navegam, que se prendem no mastro e içam as velas.
Exploro então a nau que se revela completamente nova
Perante mim. Não há saída possível, a navegação continua,
Hesitante mas optimista,
Sigo o caminho que as estrelas me indicam,
Encontro constelações que nenhum Homem jamais
Ousou tocar, e sinto o sussurro da luz do alvorecer
Despertar na minha face: “É dia”.
E todo um mundo inexplorado ainda me aguarda,
Combatendo comigo tempestades indomáveis e
Inesperadas, a minha embarcação sofrendo danos irreversíveis
Males do ofício que consigo contornar.
“Je vais, mais je ne sais pas où ‘’,
E também não encontro necessidade.
Ao longe escuto a maresia bradar:
“Terra à vista!”
E o que resta do meu navio desfaz-se em mil pedaços,
A viagem continua a nado, sem nenhuma bagagem.
“Nunca é tarde para começar”, alguém dizia,
E o peso do mundo já não se abate mais sobre mim.
Percebi então que tinha de facto chegado ao meu destino,
Mas que a minha jornada secreta apenas acabara de começar.
Ganho os sentidos, um novo universo se constrói perante mim,
Uma nova expedição começa agora,
Mapa na mão aventureiro explorador
Cautelosamente parto de novo,
Bienvenue”, ouço dizer,
Este é o teu novo lar.